domingo, 6 de novembro de 2011

Os efeitos da "Bomba Atômica de Boatos" lançada sobre a "Hiroxima do Fuxico"

Estratégia nociva foi arquitetada por adversários políticos 



 A ausência do prefeito de Pão de Açúcar, Jasson Silva Gonçalves, por conta de uma licença de 30 dias, para resolver problemas de ordem particular, veio somente confirmar aquele velho ditado popular que diz “toda ausência é atrevida”. Ao mesmo tempo em que o prefeito seguia viagem, os adversários políticos lançaram uma “bomba atômica de boatos mentirosos” sobre a “Hiroxima do Fuxico”, cuja irradiação não deixou um rastro de 250 mil mortos e feridos, como ocorreu no dia 06 de agosto do ano de 1945, na cidade japonesa, mas atingiu a cabeça de um grupo de correligionários despreparados, infiéis, ambiciosos, inconsequentes e protozoários de fofocas.
Também sabemos que a estratégia maquiavélica dos adversários tem como objetivo desestabilizar o projeto de reeleição do prefeito Doutor Jasson e de seu vice-prefeito  Marco Tavares e promover uma ruptura nas relações políticas do prefeito com o seu primo, o ex-prefeito e atual secretário de Estado da Agricultura Jorge Dantas.
Mentirosas semelhantemente aos boatos são as tais pesquisas anunciadas, que indicam uma larga vantagem do ex-prefeito derrotado nas últimas eleições municipais sobre o atual prefeito de Pão de Açúcar. É bom não esquecer que pesquisas sem a prévia autorização da Justiça Eleitoral são pesquisas ilegais, falsas, manipuladas e sem credibilidade perante a opinião pública.  
E o mais estranho disso tudo, são as publicações em blogs e colunas por parte de jornalistas experientes e bem conceituados de Alagoas, robustecendo, assim, as mentiras disseminadas por aqueles que abandonaram literalmente o “Espelho da Lua”. Esses profissionais da imprensa parecem estar a serviço do processo de levedação da comunicação deturpada, lamentavelmente.
O prefeito Doutor Jasson tem direito sim, a disputar uma reeleição em outubro de 2012, pois vem fazendo uma administração voltada para o bem-estar da população, trabalhando na reconstrução do Município, promovendo mudanças que não podem ser feitas com promessas categóricas, fórmulas mágicas e com vara de condão. É claro, ele vem enfrentando sérios problemas na área de Saúde Pública, principalmente, com a crise vivida pelo hospital, uma herança maldita deixada pelo seu antecessor.
 E o secretário Jorge Dantas? Também tem todo o direito de representar o nosso Município na Assembléia Legislativa ou na Câmara Federal. São duas cadeiras vazias de Pão de Açúcar que precisam ser preenchidas nestas duas casas legislativas. Acredito que Jorge Dantas tem planos para ocupar em breve uma delas. Concorrer é um direito dele.
Nenhum gestor público faz uma administração 100% perfeita. Se existem problemas de ordem administrativa, o prefeito deve urgentemente resolvê-los quando reassumir a Prefeitura no próximo dia 10, pois não são tão graves como os encontrados por ele quando assumiu a Prefeitura Municipal, em 1º de janeiro de 2009.
Portanto, sinceramente, não vejo motivos para tanta especulação e para tanta fermentação peçonhenta, quando ainda estamos a quase um ano da disputa eleitoral, tempo suficiente para sentar à mesa, reunir e dialogar francamente com o grupo, fazer uma avaliação, adotar medidas, reavaliar a atuação do governo municipal e, democraticamente, decidir se deve ou não partir para uma reeleição – um direito garantido pela legislação brasileira.
Pertenço à corrente dos que sugerem ao prefeito Doutor Jasson a criação um conselho político. E que este conselho, formado por pessoas idôneas, experientes e sinceras, oriente-o nas decisões políticas, principalmente, sobre o rumo que o barco governamental deve tomar.
Não sou favorável ao prefeito “jogar a toalha”, pois quem conhece as suas obras, percebe que o mesmo vem trabalhando em prol dos menos favorecidos. As obras realizadas no Alto Zeferino, Alto Ouricuri, Alto Humaitá, Iraque, Cohab, Avenida Bráulio Cavalcante, Avenida Ferreira de Novais e outras tantas na cidade e no interior confirmam que “quem ama cuida”, como o próprio costuma dizer.
Em Pão de Açúcar, lamentavelmente, vejo uma grande parte da população  ainda viciada na “política do quilo de açúcar”. E a política adotada pelo prefeito Doutor Jasson contraria essa viciosidade – o que geralmente provoca impopularidade e rejeição no meio dos viciados.
Não creio que o povo esteja querendo o retorno do “vírus do atraso” que no período de 1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008 abateu o nosso Município. Também não acredito que o povo queira de volta as gastanças irresponsáveis, a sangria do dinheiro público, as farras particulares sendo pagas com o dinheiro da Prefeitura e pipoca com água sendo o cardápio principal da merenda escolar servida aos alunos da rede municipal. É bom lembrar que hoje a qualidade da merenda escolar servida aos alunos do município de Pão de Açúcar é considerada uma das melhores de Alagoas.
Portanto, o momento é de cautela e de reflexão. Deixar-se abalar por uma onda de boatos, significa alimentar o sonho de adversários  e de falsos e ambiciosos aliados políticos.
É bom não esquecer que Doutor Jasson é o prefeito de Pão de Açúcar até o dia 31 de dezembro de 2012. Se ele vai partir para a reeleição é uma decisão que depende exclusivamente dele. Portanto, o martelo está na mão dele. Não é hora de jogar a toalha. É hora de bater o martelo. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Necrópole

Necrópole
                     
                     *Helio Silva Fialho


No dia dos mortos visitei a necrópole onde estão sepultados os meus entes queridos. Vi sepulcros ornamentados, caiados, desbotados, caídos, esquecidos. Ouvi preces, prantos, murmúrios e gritos. A dor da saudade materializada em gemidos ecoava daqueles aflitos que jogavam flores naturais e artificiais sobre centenas de jazigos construídos em diversos estilos.  E sob o clima pesado do ambiente, pude ler apenas dezenas entre milhares de mensagens sepulcrais estampadas em placas de mármore. Eu estava perplexo diante da diversidade de informações que captava a cada momento que passava na cidade dos ex-viventes. Nomes, sobrenomes, tragédias, doenças, poesias, pensamentos, homenagens. Está espalhada naquele lugar aparentemente fúnebre uma parte desconhecida da nossa história, uma fonte extraordinária de pesquisa.
Milhares de velas derretiam e as parafinas ganhavam novas formas. Eram desenhos de lágrimas, rostos, pessoas, anjos, nuvens, estrelas, animais e outras tantas figuras traçadas pela minha imaginação. Eu assistia concentradamente ao espetáculo promovido pelas velas, em homenagem aos mortos, quando fui interrompido por um ancião que buscava informações sobre como localizar o túmulo de sua esposa. Ele vestia uma camisa preta e carregava na mão direita uma sacola com flores naturais.   Cumprimentei-o e fiz algumas perguntas objetivando ajudá-lo. Confesso que fiquei mais perplexo ainda com a história que ouvia daquele velhinho que falava com dificuldades por conta da idade avançada.
 – Fiquei viúvo aos 20 anos de idade e ontem completei 91. Desde o ano de 1950, trago, ininterruptamente, flores naturais para a minha amada esposa. Inicialmente eu vinha em companhia de dois filhos gêmeos que ela me presenteou minutos antes da sua partida para a morada eterna. Naquela época os avanços da Medicina caminhavam a passos de tartaruga. Hoje tudo ficou mais fácil. Criei-os com todo o amor do mundo. Com a mesma intensidade do amor que ainda hoje sinto por ela. Mas o tempo foi passando e Deus os chamou, um a um, para a Eternidade. Eles foram para junto da mãe. Agora sozinho, sem parentes e amigos, porque todos já se foram, continuo a trazer flores para a minha inesquecível namorada. Sentado sobre o seu túmulo, em Dia de Finados, passo horas a fio rezando, conversando e renovando o meu voto de amor feito no altar, no dia do nosso casamento, no ano de 1940. E hoje, quase sem a minha visão, prejudicada por glaucoma, preciso da sua ajuda para que eu possa chegar ao berço onde dorme a minha eterna esposa e onde em breve dormirei, também. O glaucoma está roubando a minha visão, porém não consegue roubar a nítida imagem que guardo da primeira e única mulher da minha vida. O Pai a levou, mas deixou guardado comigo um sentimento puro e verdadeiro que posso chamar de eterno amor. Mas nos dias de hoje a coisa não é mais assim. Para muitos casais o amor morre primeiro que a pessoa amada. Que pena! Quanta desesperança!
Traído pela emoção, segurei carinhosamente a mão esquerda daquele velhinho e o conduzi até o local pretendido. Deixei-o ali com a imagem imortal que conserva da amada esposa e caminhei em direção ao jazigo dos meus familiares. Logo percebi que nele havia a ausência de flores e velas. Quem sabe, talvez, motivada por concepções religiosas. Porque neste mundo de diferenças tantas, uns cultuam os mortos, outros os vivos, alguns coisa nenhuma e quase todos amam os perecíveis bens materiais. Mas aquele anônimo ancião, mesmo na necrópole, cultua o imortal amor.
Geralmente passamos pela vida e deixamos (ou levamos) fragmentos importantes das lições que aprendemos. E hoje, em pleno Dia dos Mortos, aprendi que a necrópole não guarda somente corpos em decomposição, esqueletos, tumbas, covas rasas, cheiro de vela, silêncio, choro, tristeza e saudade. A necrópole guarda, também, flores e histórias, narra fatos, identifica pessoas e famílias, perpetua sentimentos e conserva as mais diversas e sinceras declarações de amor.

*escritor, cronista, poeta, pensador, palestrante.